Existe uma certa e determinada personalidade no seio do nosso grupo que tem vindo a argumentar que toda a goleada sofrida pela nossa equipa por números absolutamente pornográficos não deveria ser publicitada. Ora, se alguém estiver a pensar porventura no nome do Gonçalo Ferreira – que não por acaso se apresentou na nossa última partida com os boxers mais horripilantes e indescritíveis da história da Humanidade (e vamos ficar por aqui para não cedermos mais à naúsea) – a única coisa que temos a dizer é que não confirmamos nem desmentimos. Felizmente, e pelo facto de sermos adeptos plenos da liberdade de expressão e da maior diversidade de opiniões possível, vamos seguir apenas com a nossa e continuar a divulgar os nossos próprios desastres sem medo de narrar as paupérrimas exibições a que temos habituado as hordas de adeptos que nos acompanham para todo o lado (um agradecimento especial portanto ao pai do Hélio Aurélio). Porquê? Porque a verdade liberta. Quem o disse? Jesus Cristo. E sim, vem escrito na Bíblia – logo o Gonçalo Ferreira devia-o saber melhor do que ninguém (e não estamos com isto a admitir que foi ele, nada disso).
Qual a verdade neste caso? Derrota dos Veteranos do Ginásio por sete bolas a uma contra os Veteranos do Kopkopos, formação de Peniche que nos recebeu calorosamente no sintético ao lado do Estádio Municipal na sua localidade e no pior cenário climatérico que já enfrentámos nesta época desportiva (pejado de frio, ventania e chuva). Claro que podíamos seguir o exemplo do Jesus (não o da Bíblia, mas o do Sporting C.P.) que culpou o vento da sua derrota face ao Estoril. E é isso mesmo que vamos fazer. Porque nessa tarde, só o vento fez um hat-trick, enquanto que os restantes golos nasceram naturalmente de frangos do Mário Barreiro ou de fífias do Carlos Correia. Já agora, uma coisa que não interessa para nada, sabiam que Peniche é a cidade mais ocidental da Europa? Escrevemos isto somente para tentar evitar mencionar outra coisa que também não interessa para nada: o nosso tento de honra obtido pelo Rui Alexandre que ao fazer um remate completamente involuntário à entrada da área, e que em condições normais teria ido parar à Nau dos Corvos ou às Berlengas, teve a sorte de ver o esférico tabelar contra uma rajada de vento e entrar na baliza.
Foi o único momento em que tivemos o vento a nosso favor e o único momento em que conseguimos construir uma jogada minimamente categorizável como tal, porque durante o resto da partida os jogadores azuis pareciam mais perdidos e confusos em campo que os jogadores do F.C. Porto contra o Liverpool F.C. naqueles variadíssimos episódios em que paravam embasbacados a admirar as belas e incessáveis transições do Mané e do Salah. Por último, e como estamos em maré de analogias, não vamos terminar sem antes arranjar mais uma, recorrendo novamente às melhores referências bíblicas: se o nosso jogo fosse um episódio do livro sagrado qual seria? Evidentemente, o grande dilúvio de Noé. No final, não houve nenhuma pomba branca a anunciar a descida das águas com um ramo de oliveira no bico, mas sim uma boa caldeirada de peixe que imediatamente fez esquecer tudo o que nos sucedera até ali. Tudo não, porque por vezes ainda nos assalta a soturna imagem dos boxers do Gonçalo e que tememos não nos abandonará por muitos anos.
Marcador: Rui Alexandre