Veteranos do Ginásio Vs. Veteranos do S.C. Espinho: 0 – 1

Veteranos do Ginásio Vs. Veteranos do S.C. Espinho: 0 – 1

25 Janeiro, 2018

Estamos sempre a aprender no mundo do futebol e, chegados a este vasto e riquíssimo universo da veterania em que tão graciosa e elegantemente nos movimentamos, ficámos a conhecer mais duas ou três coisas sobre a política (sim, porque do futebol já pouca coisa nos interessa saber), muito graças ao nosso último confronto em casa contra os Veteranos do S.C. Espinho, tradicionalmente apelidados de “Tigres da Costa Verde” (e não, não eram felinos, nem chegaram com as garras de fora, apesar de terem apresentado uma equipa de bichanos bem altos e espadaúdos). Primeiro: que pode haver deputados da nossa excelsa Assembleia da República que gostam de jogar à bola – e não necessariamente com talento. Segundo: que entre esses deputados pode haver um ex-líder parlamentar da bancada do PSD. Terceiro: que esse ex-líder parlamentar da bancada PSD é um às a falhar golos à boca da baliza. E só não avançamos o nome pela simples razão de que guardamos o maior respeito por quem se retira da corrida ao poder do maior partido da oposição a favor desses jovens regeneradores que dão pelo nome de Pedro Santana Lopes e Rui Rio.

Contudo, e infelizmente para os Veteranos do Ginásio, os espinhenses entraram na partida com outras individualidades que nada tinham a ver com a política (leia-se: atividade onde se promete muito e se cumpre pouco) e que maior aptidão revelaram para uma gestão zelosa do esférico não se fazendo assim depender apenas daquele jogador para levar de vencida a partida pela margem mínima, vantagem obtida através de um golo marcado após o regresso do intervalo, e ao fim duma primeira parte muito equilibrada de parte a parte, para o qual merecidamente trabalharam na sequência mais de uma vintena de minutos de pressão constante e avassaladora sobre a nossa defesa. O que não significa que o ginasistas não tenham estado bem, pelo contrário, em muitos momentos pareciam mesmo o Sporting das vitórias morais de Jorge Jesus a espalhar no campo aquela magia estratégica e sentido de Estado que no mundo ideal do mestre da tática da Amadora lhe granjeia os aplausos de todos os seus pares no reino futebolístico, mas que na realidade prática do dia-a-dia sucumbe sempre ao fim de 90 minutos (ou de 88 ou 92: deixamos à vossa escolha).

Pelo meio, o autor desta crónica conseguiu ainda ser apanhado mais vezes em fora de jogo nos últimos 45 minutos deste encontro do que em toda a sua carreira (felizmente curta e austera, dirão muitos), o que se por um lado permite explicar parte da ineficácia atacante dos azuis durante o segundo tempo, por outro não explica o mesmo na primeira parte, a não ser que o Rui Alexandre, primeira opção a titular, tivesse andado por ali mais preocupado na melhor forma de angariar através das listas de defuntos os votos necessários para a sua eleição nesse fim de semana como presidente da concelhia do PS. Para terminar, uma palavra ainda para saudar o regresso do avançado Rúben Silva à nossa companhia, ausente em parte incerta desde há largos meses (e mais alguns minutos dentro de campo), e outra ainda para o centrocampista Pedro Fróis que voltou a originar belas e vigorosas piruetas em cada jogador adversário que se atrevia a rondar as mesmas zonas de ação que ele. Já tínhamos saudades de assistir in loco, e não somente no circo, ao rol de cabriolas que tivemos a oportunidade de observar nesse sábado. Pelo menos nisso saímos a ganhar.