Veteranos do Ginásio Vs. Veteranos do A.C. Marinhense: 0 – 0

Veteranos do Ginásio Vs. Veteranos do A.C. Marinhense: 0 – 0

20 Abril, 2018

O nosso último jogo contra os Veteranos do A.C. Marinhense foi tão pobrezinho, tão pobrezinho, tão pobrezinho que o autor desta crónica antes de começar por descrever o quão pobrezinho este foi vai aproveitar este primeiro parágrafo para fazer uma retificação relativa à crónica anterior onde, por lapso e óbvio maquiavelismo da sua parte, a dado momento do texto sugeriu que o guardião Mário Barreiro tinha muitas vezes por ofício a montagem de polibans. Não é verdade: ele monta cabines de hidromassagem. Como diria o saudoso João Alegrias: não confundamos ténis com pénis. Feito o devido esclarecimento, o que é que isso contribui para a felicidade do leitor? Nada, naturalmente. Apenas nos ajuda a protelar por mais umas linhas de forma muito constrangedora e evidentemente flagrante aquilo que aconteceu no sábado passado no sintético de Alfeizerão numa tarde bem soalheira e primaveril que merecia melhor fruição frente à baia de São Martinho do Porto (ali tão perto) com uma bela imperial na mão a assistir ao crescimento do nosso perímetro abdominal do que a correr atrás de uma bola que nunca quis nada connosco. A contrastar, contudo, com o triste facto que constituiu esta partida mencione-se algo que não deixa de ser de pura celebração: o quarto encontro seguido do Carlos Correia a somar mais uma parte sem sofrer golos.

É notável, portanto, que tenhamos desperdiçado essa ocasião e outra, já que a somar a tão feliz evidência é preciso referir que este foi ainda o primeiro confronto do Mário Barreiro a não sofrer um golo desde há quatro jornadas a esta parte. Ou seja, ambos os nossos guarda-redes têm sido recentemente como aqueles pares de gémeos em que há um bom e outro mau. Só que desta vez, coisa rara, foram os dois bons. A quem devemos então culpar o empate a zero com os nossos vizinhos da Marinha Grande apesar de tudo dominado e controlado em grande parte pelos ginasistas? Os avançados, claro. A par dos médios. Ou dos defesas, esses egoístas, que apenas procuraram defender. E o Hélio Aurélio que não compareceu assim como o Rúben Silva que até à data não abandonou o seu prolongado retiro espiritual. A equipa apresentou assim em campo menos ideias que o S.L. Benfica no clássico contra o F.C. Porto ou o Facebook do Bruno de Carvalho nesta derradeira semana. Foi como se todos os jogadores de repente se tivessem transformado num só: o dianteiro Rui Alexandre. Lentos, passivos, evitando correr, falhando passes, desviando o esférico da baliza em lugar de a encaixar entre os postes, desperdiçando mesmo as poucas oportunidades que surgiam ou se afiguravam como tal e censurando depois o colega ao lado por existir.

Um dia para esquecer. Mais do que o dia seguinte a partir do instante em que o Herrera resolveu percorrer a passadeira vermelha colocada no tapete da Luz pelo Samaris, Seferovic e Jardel e fuzilar o Eddie Murphy, perdão, o Bruno Varela estatelado no chão sem saber de onde havia partido aquele shot de mescal estragado. Digam ao rapaz que ele é muito melhor a ceder cantos do que a cometer estas barbaridades de óbvia tradição e inspiração azteca. Sabemos o que estão a pensar agora: mas porque raio estamos nós a falar do clássico do fim de semana que nada tem a ver com isto e não vos relatamos mais incidências sobre o desafio? Pela simples razão que por muito que puxemos pela cabeça não nos recordamos de mais nada que tenha ocorrido de nota. E não porque nos estejamos a esforçar por ignorar aquele último lance em que conseguimos, quer dizer, o David Mariano conseguiu, esse malandro que nem crónicas sabe escrever, mais uma vez, frente à baliza acertar no poste ao invés das malhas. Serve de atenuante dizer que o ângulo era apertado? Não, porque o Sérgio Ventura estava ali a um passinho, em melhor posição, solitário e disponível para concretizar. Mudando oportuna e subtilmente de assunto: será que já vos dissemos que o Mário Barreiro não monta polibans, mas sim cabines de hidromassagem? Consta que é muito bom profissional.