Ao décimo quinto dia do mês de janeiro do ano da Graça de Nosso Senhor de dois mil e dezoito foi lavrada a presente crónica relativa ao jogo entre as equipas de Veteranos do Ginásio e os Veteranos do Beira-Mar, realizado na localidade de Calvão, arredores da cidade de Aveiro, e cumprindo mais uma partida fora, a décima terceira da atual época desportiva, desta formação alcobacense. Derivado à ausência do jogador habitualmente conhecido como o “autor desta crónica” foi decidido por unanimidade do próprio, e em estrito abono da verdade desportiva e sob os mais altos valores de imparcialidade, recorrer à captação de vários depoimentos de todos os jogadores que apresentaram prova efetiva e circunstancial da sua presença em campo. Em função da derrota sofrida, com o resultado obtido de dez golos sofridos contra apenas dois marcados, resolveu-se portanto colocar aos respetivos intervenientes a devida questão: “mas o que raio aconteceu?” As seguintes respostas foram recolhidas:
Rui Alexandre: “Se eu tivesse marcado um golo, e o Romeu Violante e o João Coelho não tivessem vindo, tínhamos perdido por dez a um com um golo meu.”
Jorge Carmo: “Antes de me recusar responder a isso, gostava na qualidade de tesoureiro de solicitar a todos os sócios e atletas que ainda não procederam à transferência do valor da viagem a Kiev que o façam o mais rapidamente possível.”
Hélio Aurélio: “Ei, ó puto, se eu soubesse tinha feito mais uma época no A.C. Maceirinha.”
José Borrego: “Só sei que estive meia hora a tomar banho de água quente a seguir ao intervalo e soube-me muito bem. E o jantar também estava muito gostoso.”
José Dias: “Ah, se eu soubesse fazer à bola com os pés o que eu faço ao cristal com as minhas mãos…”
Gonçalo Ferreira: “A Bíblia diz: amai-vos uns aos outros.”
António Carvalho: “Vai dizer ao Hélio Aurélio que isto aqui não é o A.C. Maceirinha.”
Maurício Marques: “Voltei a jogar o tempo todo e para comemorar bebi uma grade de minis inteira ainda antes do jantar.”
Sérgio Ventura: “Puseram-me a central com o António Carvalho e quando estava a começar adaptar-me ao meu colega ele lesionou-se e foi o Rui Alexandre para o lugar dele, e quando estava a começar adaptar-me a ele, lesionou-se também sendo substituído pelo Álvaro António que não parava de ressonar, e quando estava a finalmente a adaptar-me ao ruído o jogo acabou.”
Mário Barreiro: “Não me incomodem neste momento: estou a fazer amor com o sofá.”
Romeu Violante: “Eu tenho uma opinião muito clara sobre o que se passou, mas não vou dá-la agora porque falta exatamente um mês para o Carnaval e tenho de ir construir um carro alegórico para a minha próxima máscara.”
Álvaro António: “Eu adormeci durante o jogo inteiro e dormi uma bela soneca, felizmente não ressono e ninguém deu por nada.”
Paulo Jorge: “Eu juro que não joguei lesionado. Juro!”
Carlos Correia: “As bolas vinham muito alto e depois desciam depressa. Não pude fazer nada e para esquecer também bebi uma grade de médias inteira ainda antes do jantar.”
Xana: “Mas que paneleirice foi aquela que o Gonçalo disse?”
João Coelho: “Se mais alguém volta a ralhar comigo dentro de campo, prometo que não vai ninguém à Ucrânia!”
Mister Jaime Correia: “Eu gritei, gritei e gritei, mas eles não correm nada! E depois gritei outra vez até que fiquei sem voz. Quando fui buscar água para beber, as três garrafas já estavam vazias.”
Finda a recolha dos testemunhos acima citados, foi recomendado a todo o grupo maior empenho e dedicação, assim como a apresentação de melhores exibições e resultados futuros, tolerando-se a partir de agora somente derrotas por menos de dois dígitos, sob pena de cassação do cartão de sócio.
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