Parece que era dia de gala para o histórico clube A.C. Marinhense, mas a verdade é que quem acabou por puxar dos galões na soalheira tarde do dia 19 de setembro – dia em que apetecia mais estar na praia do que no centro da cidade vidreira a correr atrás de uma bola – foram mesmo os Veteranos do Ginásio, que tradicionalmente ali nunca encontraram facilidades e raras vezes conseguiram trazer vitórias (isto olhando pelo menos aos resultados do passado mais recente). Só que a história do jogo desta feita foi diferente: vitória por dois golos sem resposta, confirmada já perto do final da partida, é certo, mas justíssima e absolutamente “sem espinhas” – exceto aquelas que povoavam o piso sintético (cortesia habitual das gaivotas naquele local).
Não nos recordamos de ter escrito isto muitas vezes o ano passado, mas os ginasistas voltaram a jogar bem e a confirmar o seu bom momento de forma, e acima de tudo a aumentar os minutos que já levam sem sofrer golos: 360 – número que voltou a andar nas bocas do mundo, o mesmo é dizer na boca do “centralão” Rui Alexandre (pois já ninguém se lembra da sua posição natural como avançado), sempre bem coadjuvado no centro da defesa tanto por Aníbal Oliveira, na primeira parte, como por Sérgio Ventura, na segunda. Aliás, se houve momento de perigo na primeira metade do jogo foi precisamente dos pés deste jogador que isso aconteceu (“Rematem à baliza!”, gritava ele aos dianteiros dando a fórmula).
Mas atenção quando falamos de perigo, não nos referimos à baliza ou formação contrária, falamos mesmo do perigo de furar que a desgraçada bola naquele momento correu; primeiro devido ao bico que levou do pé do Presidente, segundo por ter embatido precisamente no biquinho das traves (mesmo, mesmo naquele ponto onde ambas se tocam). Mas chega de bicos, biquinhos e bicadas, e vamos ao que interessa: jogo bem disputado, com ascendente ginasista durante a maior parte do tempo, sempre a revelar calma e maturidade, uma boa circulação de bola e, a espaços, jogadas de entendimento que apenas pecaram pela falta de acerto na finalização.
Falta de acerto que seria resolvida mais perto do desfecho com duas jogadas de entendimento entre os avançados e os médios, em triangulações perfeitas, a desfeitear (gostamos imenso, temos de confessar, deste verbo: “desfeitear”) o guardião adversário. Num caso, pelo “jogador-que-pediu-anonimato-e-cujo-nome-pedimos-para-não-revelar”, no outro, por David Mariano, a selar definitivamente qualquer dúvida que pudesse existir no confronto dessa tarde. Tarde que terminaria ainda melhor com a fantástica visão de um “sunset” na bela localidade de São Pedro de Moel e na sala de restaurante do Hotel Mar e Sol onde muitos olhares melancólicos se prenderam avidamente no excelente “buffet” apresentado (e consta que desta vez o capitão José Borrego conseguiu dar com a comida escondida e já não repetiu pratos de salada e entradas).
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