Os Canecas: Núcleo de Veteranos do Recreio Pedroguense Vs. Veteranos do Ginásio: 4 – 3

Os Canecas: Núcleo de Veteranos do Recreio Pedroguense Vs. Veteranos do Ginásio: 4 – 3

12 Janeiro, 2018

Foi uma viagem difícil, muito difícil, até à fatídica localidade de Pedrógão Grande – que o digam o autor desta crónica (que só de lembrar o percurso sente de imediato uma indisposição súbita) e o António Carvalho, atletas que pelas suas contas contaram mais curvas entre Pombal e o estádio do Recreio Pedroguense do que aquelas que a Kim Kardashian revela todos os dias através da sua conta de Instagram. Ora, chegados a este ponto, gostaríamos de alertar todos aqueles que um dia pretendam dirigir-se até esta digníssima vila situada a norte do nosso distrito, tão profunda e recentemente marcada pela tragédia dos incêndios, que evitem a todo o custo a EN348 (o vosso estômago vai agradecer-vos), itinerário que como devem estar perfeitamente familiarizados – e não nos perguntem como fomos lá parar – cruza as aldeias de Porto Coelheiro, Degracias, Vale Galego, Chardinheiro, Urjariça, isto só para nomear algumas entre tantas de designação duvidosa, tendo como maior atributo turístico um vasto conjunto de criminosas sinuosidades e lombas assassinas.

Felizmente sobrevivemos, milagre que nos permitiu trazer para casa uma derrota pela margem mínima numa partida de muitos golos, sete no total (com a particularidade de três terem sido obtidos através de grande penalidade), iniciada com perto de uma hora de atraso (ainda colocámos a hipótese do fuso horário naquela latitude ser o mesmo dos Açores), de modo que pela primeira vez na história dos Veteranos do Ginásio realizou-se um aquecimento mais longo que o tempo regulamentar de jogo, facto que, somado à temperatura polar que se fazia sentir, naturalmente pesou no desempenho dos azuis. Mas como tinham aquecido tão bem (isso ninguém lhes pode tirar), a verdade é que foram os ginasistas a entrar melhor em jogo nos primeiros minutos com um penálti convertido por Rui Alexandre, graças a uma falta conquistada pelo David Mariano, vantagem que não durou muito tempo, pois o empate seguiu-se logo, mas que seria reposta pelo mesmo avançado com um toque subtil na sequência de um canto tenso de Maurício Marques.

A partir daqui, pelo menos na primeira parte, foi sempre a descer, tanto para os forasteiros, que sofreriam novo e imediato empate, como para o árbitro que resolveu assinalar ainda mais duas grandes penalidades inexistentes contra os visitantes, as quais o nosso guardião Carlos Correia fez obviamente o favor de não defender como é seu particular e irritante hábito. Veio então o intervalo e com este um reordenamento tático no meio-campo que permitiu à equipa de Alcobaça passar a sufocar a formação da casa praticamente durante toda a segunda metade, desempenho que teve em Sérgio Ventura, deslocado do centro da defesa para o centro do meio-campo, um dos seus principais motores e intervenientes, mas que, apesar do volume de jogo e das oportunidades criadas, deu poucos frutos, produzindo apenas um golo de António Carvalho, nascido de um remate portentoso de ressaca, mais uma vez após um canto tenso de Maurício Marques, e que seria o terceiro e último tento aos alcobacenses. Já no regresso, optámos pelo IC8 e A8 – e tudo foi mais fácil.

Marcadores: Rui Alexandre (g.p.), David Mariano e António Carvalho