Tudo apontava para um temporal, para um dia semeado de previsões negras, a ameaçar chuva forte, granizo, trovoada, nuvens e nuvens na atmosfera acumulando rios de água e lançando relâmpagos constantes sobre o horizonte, cenário que parecia confirmar todos os anúncios de alerta laranja emitidos pela rádio e pela televisão.
Tudo apontava para um temporal, dizíamos, e se em redor do competentíssimo sintético do Peso – casa dos Veteranos do Vimeiro (equipa do concelho, recheada de amigos e antigos companheiros, também eles, ou muitos deles, com passagem pela história do Ginásio Clube de Alcobaça) – nada disto se confirmou, além da queda de uns míseros pingos que mal deram para assustar na segunda parte, o que aconteceu dentro de campo e para o lado dos ginasistas foi um um autêntico dilúvio: goleada por quatro bolas a uma.
Mais uma, num relvado de má memória que, pela segunda vez (e no passado recente estava outra goleada sofrida perante a Velha Guarda de São Martinho do Porto há poucos anos atrás), presenteou os Veteranos do Ginásio com uma exibição fraca e descolorida, naturalmente comprovada pela derrota. E justíssima, num jogo sem história, mas com muitas histórias pelo meio. Histórias de velhos reencontros, antigas amizades e memórias, partilhadas por jogadores e atletas que de uma forma de outra, num ou noutro momento, conviveram no universo futebolístico e, em alguns casos, no mundo ginasista.
Do encontro, salvou-se, contudo, o tento de honra, num remate forte e colocado de Rui Alexandre, através da cobranca de um livre à entrada da área que deixou o guarda-redes adversário pregado ao chão sem hipóteses de defesa. Pouco mais além disso a contrariar o par de golos sofridos em cada parte do jogo: apenas uma nova oportunidade de Rui Alexandre que, numa investida entre os centrais, se isolou, acabando, no entanto, por enviar a bola ao poste, num lance que merecia melhor sorte.
Salvou-se o jantar e o alegre convívio entre os vários jogadores, brindado por inúmeras jogadas de entendimento e golos de penálti, sempre em trocas rápidas de bola, de mesa para mesa, patrocinadas pelas melhores marcas de bebida, e que de todas as histórias deste jogo foi sem dúvida a melhor história para levar para casa: a história da amizade. A tempestade já tinha passado, ficava a bonança.
Marcador: Rui Alexandre